Cidade Medieval

Gorendill: 1410 (05)

Antes de apresentar a publicação de hoje, existe um ponto que acabei esquecendo de levantar da última vez: todas as fichas de personagens que aparecem nesse site foram feitas a partir da regra alternativa de pontos de perícia. Portanto, para aqueles que vierem a incorporar este material em sua mesa de jogo, certas adaptações podem ser necessárias.

Sem mais delongas, segue o famoso alfaiate Armanndy.


Armanndy

Lui Freytic Armanndy é uma das mais ricas e peculiares personalidades de Gorendill. Com 1,65 metros de altura, cabelos curtos tingidos e roupas chamativas, sua figura é no mínimo extravagante. Seu comportamento é igualmente excêntrico: fala alto e fazendo gestos extravagantes. Também tem o habito de criticar os outros quanto a sua conduta e maneira de vestir – especialmente a maneira de vestir.

Armanndy é dono de uma rede de alfaiatarias de grande sucesso, com representantes em diversas cidades importantes – incluindo Vectora. Seus trabalhos são apreciados entre a nobreza de todo o Reinado. Em Gorendill, diz-se que nenhuma pessoa realmente importante deixa de ter pelo menos uma peça produzida por ele.

Mas, apesar de sua fama, poucos são aqueles que conhecem toda a história deste homem.

O Filho da Nobreza

Lui veio ao mundo como o filho mais novo de um barão de Sambúrdia. O fundador do clã Armanndy fora um espadachim aventureiro que ajudara na colonização do reino, ainda na época em que a civilização humana estava começando a se estabelecer no continente norte. Como recompensa por seus serviços, ele recebeu terras e um título nobreza. Desde então, tornou-se tradição para os homens da família Armanndy tomar o caminho das armas e realizar grandes feitos, seja como aventureiros ou como militares a serviço do reino.

Mas Lui foi a grande exceção nessa história. Enquanto os seus três irmãos mais velhos eram todos grandes e robustos, apenas ele nasceu pequeno e mirrado (algo que lhe rendeu o apelido de “Anão” entre os parentes). Acreditando que poderia contornar esse “pequeno inconveniente” na marra, o pai de Lui forçou-o a receber treinamento de combate mesmo sabendo da débil constituição do garoto.

Mas Lui mostrou-se um total incompetente na área. Não apenas lhe faltava o mínimo de força física para erguer uma espada, ele também carecia de talento para aprender a maneja-la de forma apropriada. O mais próximo que conseguiu chegar de arrancar o sangue de alguém foi quando, durante uma sessão de treinamento, ele quase decepou o dedão do pé de um de seus irmãos por acidente.

O próprio Lui nunca se importou com isso entretanto. Em vez de “brincar de guerreiro” (em suas próprias palavras) como os irmãos, preferia ficar junto da mãe e da irmã caçula enquanto elas costuravam. Sentia-se fascinado pela forma como as duas produziam todo o tipo de peça com apenas agulha, linha e alguns pedaços de tecido. Chegou inclusive a aprender a reproduzi-las por conta própria.

Claro, foi um escândalo quando o pai descobriu sobre tais atividades.

O barão renegou o filho e por pouco não o expulsou de casa a pontapés. Só não o fez por intervenção externa um amigo da família. Ainda assim, recusou-se deixar que Lui continuasse em casa, aonde ele poderia vir a trazer mais vergonha para o nome dos Armanndy. A solução que encontrou foi mandar o garoto para longe. Seguindo a “moda” que estava se espalhando pelo reino na época, o barão enviou Lui para estudar na Academia Arcana em regime de internato.

Talvez Lui pudesse ter se tornado um mago de sucesso. Pelo menos, ele possuía maior aptidão para as artes arcanas do que para as do combate. Mas ele nunca se empenhou nos estudos. Ao invés de prestar atenção nas aulas, ficava de olho nas vestes que os outros alunos e os professores usavam.

Aproveitando a liberdade proporcionada por estar longe de casa, Lui caiu de cabeça na busca de sua paixão. Instruiu-se nas técnicas do ofício de corte e costura, e a como fazer desenhos de roupas originais. Não demorou para que surgisse o sonho de abrir sua própria alfaiataria.

A oportunidade veio de forma totalmente inesperada: durante uma excursão acadêmica às Montanhas Uivantes, o grupo de Lui fez uma breve parada em Gorendill no caminho de volta. Na época, a cidade já estava entrando no período de crescimento trazido pelas práticas de Guss Nossin e incentivos eram oferecidos a novos negócios que tentassem se estabelecer na cidade. Interessado, ele acabou ficando pra trás quando seus colegas partiram da cidade.

Quando voltou para a Academia mais tarde, Lui foi denunciado por se ausentar sem permissão e acabou sendo expulso da instituição. Não se importou. Já havia feito sua decisão naquele ponto – recolheu seus poucos pertences pessoais e se mudou para Gorendill, onde abriu sua tão sonhada alfaiataria.

Verdade seja dita, Lui esteve um tanto receoso no inicio. Sem recursos próprios e nem patrocinadores que o ajudassem a comercializar seus produtos, ele sabia que a sobrevivência de seu negócio dependeria de construir uma boa reputação o mais rápido possível. Para tal, ele precisava de um nome que ajudasse seu trabalho a ser facilmente reconhecido. Algo chamativo e memorável. Algo que o caracterizasse. No fim, acabou se valendo de seu apelido de infância.

Foi assim que nasceu “Anão Armanndy”, uma das mais renomadas marcas de roupas de Arton.

Anão Armanndy

Com o tempo, Lui se tornou um alfaiate de sucesso. Suas roupas são exportadas para todos os cantos de Arton, e seus serviços constantemente requisitados por diversas figuras importantes. Diga-se de passagem, em algum ponto Lui também começou a fazer trabalhos em couro, sendo que ele é um dos poucos artesãos que consegue produzir armaduras do material que são ao mesmo tempo funcionais e esteticamente belas. Suas peças são altamente cobiçadas e, as vezes, a competição por um Anão Armanndy chega a ser a tapa.

Alguns anos depois de ter saído de casa, Lui recebeu uma mensagem da mãe informando sobre o falecimento de seu pai. Os dois foram os únicos presentes no enterro. Um de seus irmãos morrera em combate anos antes, enquanto os outros dois partiram em uma aventura e nunca mais voltaram. A ultima notícia que se tem de sua irmã foi que ela fugiu de casa para ficar junto de um vigarista.

Como o único herdeiro restante, Lui acabou assumindo o título de barão. Mesmo assim, deixou os domínios em Sambúrida aos cuidados de servos de confiança e trouxe a mãe para morar consigo em Gorendill. Utilizou-se apenas de parte do dinheiro herdado para expandir seus negócios.

Lui não é uma má pessoa, apenas um tanto irritante. Sua atitude presunçosa e modos excêntricos podem muitas vezes atrair a antipatia de outros (por exemplo, ele se recusa terminantemente a tratar de negócios com pessoas mal vestidas). Também é um tanto mimado e esta sempre acompanhado de serviçais que atendem seus caprichos. Por outro lado, ele detesta violência e tenta resolver conflitos de forma racional e razoável quando possível.

Lui Freytic Armanndy: humano, Plebeu 1/Especialista 5, N; ND 4; Médio, desl. 9m; PV 12; CA 17 (+3 nível, +2 Des, +2 anel de proteção); corpo-a-corpo: adaga +2 (1d4+2, crit. 19-20); hab. Profissional Treinado, “lato sensu” (Ofício [alfaiate] e Ofício [coureiro]); Fort +2, Ref +5, Von +5; For 8, Des 14, Con 9, Int 18, Sab 14, Car 17.

Perícias & Talentos: Atuação (Dança) +10, Conhecimento (arcano) +8, Conhecimento (nobreza) +13, Diplomacia +12, Enganação +12, Iniciativa +11, Intuição +11, Obter Informação +12, Ofício (alfaiate) +23, Ofício (coureiro) +21, Percepção +11; Aparência Inofensiva, Criar Obra-Prima, Estudioso Arcano (consertar), Familiar (lebre), Foco em Perícia (Ofício [alfaiate]), Foco em Perícia ([coureiro]), Negociador, Prosperidade.

Equipamento: devido a prosperidade de seus negócios e a herança de sua família, Armanndy acumulou uma pequena fortuna e pode comprar qualquer item e serviço comercializado dentro do Reinado. Como referência, seu “equipamento padrão” normalmente consiste de uma adaga, um anel da proteção +2, um kit de alfaiate obra-prima e um kit de coureiro obra-prima.

Rumores & Boatos

  • A pedido da mãe, Lui tem dedicado parte de seus recursos para encontrar seus parentes desaparecidos. Existe uma boa recompensa por informações que ajudem a localizar qualquer um dos irmãos do alfaiate;
  • Desde de que começou a trabalhar com couro, Lui passou a contratar regularmente os serviços de aventureiros e caçadores profissionais para que abatam e lhe tragam as peles de animais exóticos. Naturalmente, isso não deixa alguns servos de Allihanna nada felizes;
  • Ao contrario da maioria dos habitantes de Gorendill, Lui não nutri nenhuma antipatia para com os minotauros. De fato, ele mantém relações comerciais favoráveis com diversos figurões do Império de Tauron. Entretanto, para evitar receber criticas em casa, ele mantém uma fachada de conformidade com a opinião popular;

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